A Secretaria Municipal de Saúde de Itajubá gastou R$2.080.836,70 em apenas 10 meses somente com materiais de construção e mão de obra para reformas e reparos nas unidades de saúde do município.

De 1 de junho de 2022 a 31 de março de 2023 foram gastos R$1.297.179,70 com compras de materiais de construção e R$783.657 com mão de obra para atender as demandas da Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com dados do Portal do Cidadão da prefeitura. Outros R$1.316,353,22 estavam empenhados, mas foram anulados.

O valor total gasto com reforma e reparo nos postos de saúde é praticamente o mesmo que o contrato da prefeitura para a construção do posto no bairro Boa Vista, cujo contrato também é de R$2,08 milhões.

O dinheiro gasto com os materiais de construção é livre, ou seja, poderia ser usado por qualquer área da secretaria de saúde, como compra de medicamentos ou exames, por exemplo.

O alto valor gasto apenas com material de construção e mão obra para manutenção dos postos chamou a atenção porque esse gasto é atípico. Nos seis meses anteriores a junho, quando começaram as compras de materiais de construção nenhuma compra neste sentido havia sido feita pela secretaria de saúde.

Não há no portal do cidadão especificações de onde e como foram usados os materiais, nem quais postos receberam reformas e reparos.

Somente no mês de junho de 2022, foram gastos mais de R$321 mil para aquisição de materiais de construção. Neste ano, os destaques ficam para fevereiro quando foram gastos R$250 mil em fevereiro e R$156 mil em março.

O ex-secretário e ex-vereador Ricardo Zambrana, que ocupou a pasta da saúde durante o primeiro mandato de Rodrigo Riera, afirmou em programa da Rádio Itajubá que os gastos com reformas de postos de saúde jamais atingiram números tão elevados e em tão pouco tempo.

O vereador Pedro Gama (PV) fez um requerimento à prefeitura no último dia 27 de março pedindo informações sobre aquisição de materiais de construção pela Secretaria Municipal de Saúde. Ele pede as notas fiscais dos materiais comprados em 2021, 2022 e 2023, além da especificação dos materiais e em quais reformas eles foram usados, além de querer saber se há material de construção em estoque na secretaria.

Duas empresas são as responsáveis pelo fornecimento de material de construção, a Benelar Comércio de Material de Construção e Fabiano Bittencourt dos Santos – ME. A primeira tem contrato de R$5,35 milhões e a segunda de R$5,14 milhões. A Construtora Talismã tem contrato de R$15,6 milhões para fornecer mão de obra para as secretarias de saúde, educação, administração e obras.

GASTOS COM MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

JUN/22 – 321.854,48

JUL/22 – 60.025,22
AGO/22 – 80.194,29
AGO/22 – 150.819,60
SET/22 – 25.001,14
OUT/22 – 130.069,42
NOV/22 – 60.016,23
NOV/22 – 15.014,05
DEZ/22 – 40.012,45
DEZ/22 – 5.698,99
FEV/23 – 100.569,38
FEV/23 – 151.220,82
MAR/23 – 36.118,44
MAR/23 – 120.565,19

TOTAL – 1.297.179,70

GASTOS COM MÃO DE OBRA
JUL/22 102.994,92
JUL/22 232.858,08
JAN/23 447.804
TOTAL 783.657,00

ANULADOS
MAR/23 211.960,56
MAR/23 179.122
MAR/23 925.271,06
TOTAL 1.316.353,22