O Ministério Público do Trabalho Minas Gerais (MPT-MG) determinou que a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) de Itajubá, realize exames para covid-19 em todos os funcionários da empresa, segundo nota publicada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Paraisópolis e Região.

O sindicato divulgou o documento, assinado nesta quinta-feira (18), pelo procurador do trabalho Carlos Alberto Peixoto de Pouso Alegre. Nele, o procurador determina que sejam realizados os exames para o novo coronavírus em todos os funcionários, concursados e terceirizados, antes do retorno das atividades, prevista para 25 de junho. A decisão do MPT-MG foi tomada após denúncia dos representantes da categoria.

A Imbel anunciou na última terça-feira (16) que iria testar apenas os funcionários que tiveram contato com Raimundo Lourenço Simões, coordenador da empresa, que morreu de covid-19 no dia 12 de junho. Ele trabalhava há 18 anos na fábrica e apresentou febre alta e sintomas respiratórios dentro da unidade. Simões foi internado na UTI da Santa Casa, mas não resistiu.

Segundo Marcos Souto de Lima, chefe da assessoria de comunicação da fábrica, testes rápidos estão em processo de compra e a empresa estuda adquirir um túnel de ozônio a ser colocada na entrada da unidade de Itajubá. “A direção também adotará procedimentos administrativos para analisar o fato ocorrido, possíveis aperfeiçoamentos e soluções que venham a mitigar os riscos da pandemia”, explica.

A prefeitura de Itajubá, em parceria com a Imbel, realizou a coleta de material de exame na residência de todos os trabalhadores que tiveram contato com o funcionário. A empresa não divulgou quantas pessoas seriam testadas.

No despacho, o procurador do Ministério Público do Trabalho pede à vigilância epidemiológica de Itajubá que realize uma inspeção, em caráter de urgência, na fábrica para garantir a segurança dos trabalhadores.

De acordo com nota divulgada pelo sindicato, a denúncia tem interesses de atender aos empregados e suas famílias. “Neste momento é urgente tomar medidas que protejam a vida de todos. Já que as medidas da Imbel foram insuficientes para evitar o risco de contágio e proteger a vida”, diz o texto.

A Imbel ainda não se pronunciou sobre a decisão do Ministério Público do Trabalho.