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A Mahle é uma das maiores empresas de Itajubá, com cerca de 2.000 funcionários da cidade e municípios vizinhos. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá e região, em 2023 a fábrica demitiu mais de 60 funcionários.
Segundo José Carlos dos Santos, presidente do sindicato, as demissões começaram em janeiro e seguiram nos meses do ano. Ele afirmou que há 15 dias realizou uma reunião com a empresa, que alegou “turnover”, ou seja, que demite e contrata para “renovação” de trabalhadores. Entretanto, o sindicato diz que as contratações são muito inferiores às demissões.
Santos disse ainda que entende sobre a falta de peças para o setor, que impacta na linha de produção, porém, por conta dos lucros da instituição, ele acredita que a empresa poderia sim, manter os trabalhadores.
“Considerando todo o ano de 2022, o lucro da Mahle somou mais de R$ 565 milhões. Descontando todos os custos este é o valor que vai para os bolsos dos acionistas controladores. Somente no último trimestre a empresa lucrou R$ 123 milhões.Com tanta riqueza produzida, sobretudo pelos trabalhadores é injustificável que a empresa recorra a demissões neste início de ano. Sem ainda ter completado 3 meses de 2023, a Mahle já demitiu mais de 60 trabalhadores, somente na sua unidade em Itajubá MG”, diz o sindicato em nota.
O sindicato diz ainda que os altos lucros da Mahle se devem à combinação de mão de obra qualificada, com baixos salários, associada a alta produtividade. A receita líquida de vendas chegou a R$ 1,1 bilhão somente entre outubro e dezembro de 22, com alta anual de 18,5%. Desse volume, quase R$ 1 bilhão são relativos à receita de vendas de componentes de motores, que avançou 16,7% entre os trimestres. Já no ano, a receita alcançou os R$ 4,2 bilhões, um avanço de 16,8%. A venda de componentes de motores cresceu 15,1%, para R$ 3,8 bilhões, ou seja, produto de portfólio exclusivo da unidade em Itajubá MG. O que explica estes números são a combinação de mão de obra qualificada, com baixos salários, associada a alta produtividade”, explica a nota.
De acordo com o presidente do sindicato, além dos salários pagos e da remuneração variável pago aos trabalhadores, quase nada da riqueza gerada pela Mahle fica no município. Afirmou ainda que o órgão pretende manter as negociações.
“Não pode ser que com esta trajetória de lucros, e receitas de vendas, com um resultado operacional altamente positivo a empresa ainda tenha que demitir. Com este números, defendemos que a empresa amplie seus investimentos na cidade, com novas contratações e garantia de empregos e salários a todos. Defendemos aumento dos salários e valor maior de PLR como distribuição desta riqueza produzida” disse.