A Expresso Valônia, responsável pelo transporte coletivo em Itajubá, suspendeu parte das linhas de ônibus no dia 2 de agosto. Um dos bairros afetados com a medida foi o Rio Manso, na zona rural da cidade, que ficou 23 dias sem o meio de transporte, que foi restabelecido nesta terça-feira (24).

De acordo com a Associação de Moradores, muitas pessoas que moram no local chegavam a andar 10 km a pé para pegar o ônibus no bairro Ano Bom, o mais próximo da região, e muitos perderam os empregos por falta de condução.

A Valônia retomou as linhas das 5h40 e 18h10 após o caso ser retratado em uma rede de televisão. O co-vereador do Mandato Coletivo Nossa Voz (PT), Hernane Rodrigues, comemorou a volta em suas redes sociais. O mandato foi várias vezes ao bairro para orientar os moradores.

“Depois de muita pressão e mobilização da comunidade, o bairro do Rio Manso volta a ter transporte hoje. Nosso mandato tem acompanhado de perto a situação triste que estamos vivendo em nosso transporte coletivo em toda a cidade. Os ônibus voltaram a rodar no bairro do Rio Manso, mas ainda será preciso muita luta e esforço para que retornem as demais linhas”, disse.

Nosso jornalismo tentou contato com a Expresso Valônia para saber se demais linhas irão retomar na cidade, porém não obtivemos retorno até a publicação da matéria.

CRISE NO TRANSPORTE COLETIVO E MINISTÉRIO PÚBLICO

Após quase três semanas de paralisação, na última sexta-feira (20), a prefeitura acionou o Ministério Público para tentar resolver a situação do transporte coletivo em Itajubá.

De acordo com nota da administração municipal, um requerimento enviado ao órgão, que age como fiscal da lei, atuando na intermediação de conflitos e na defesa do interesse coletivo. Ainda não se trata de judicialização. Segundo o prefeito, Christian Gonçalves (DEM), “esta é uma nova tentativa de solucionar o descumprimento do contrato pela Valônia”, diz.

No dia 30 de julho a prefeitura anunciou que notificou a Valônia. Segundo a administração municipal, a Lei 2498/2003, obriga a empresa de transportes a informar à prefeitura, com 90 dias de antecedência, sobre qualquer possível ação de paralisação dos seus serviços.

Por outro lado, a empresa notificou a prefeitura novamente. A Expresso Valônia alega apresentar problemas financeiros desde maio de 2020. Na época, o gerente da empresa Romeu Fiuza disse que a empresa poderia parar de rodar e o motivo seria a queda de 90% do faturamento por conta da pandemia de covid-19.