A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Itajubá decidiu protocolar uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra a secretária de Saúde, Maria Goretti Parada, por uso indevido em benefício próprio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A decisão foi anunciada no relatório final da comissão, apresentado nesta quarta-feira (2) durante a reunião, que contou com a presença do relator, Jorge Andrade (PP) e dos vereadores Kener Maia (PL) e Wilson Paiva (PHS). Os três aprovaram, por unanimidade, o texto que encaminha o teor da denúncia ao MPMG.
O relatório é fruto de uma investigação realizada pela Câmara Municipal nos últimos dois anos, em que a ex-secretária adjunta e atual secretária de saúde, Maria Goretti Parada, é suspeita de ter sido beneficiada indevidamente na fila de espera por exames oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Secretaria Municipal de Saúde, onde já estava alocada na época.
As investigações por parte da comissão tiveram início com a suspeita de que ela, que é moradora de Delfim Moreira (MG), teria sido beneficiada de procedimentos oferecidos pelo SUS em Itajubá. O relatório final não viu irregularidades sobre essa questão. A justificativa seria que o SUS é nacional. Porém, consultas especializadas e exames, devem ser feitas no município de residência. O que o sistema contempla nacionalmente, são atendimentos de urgência e emergência.
Desde 2018, a Comissão de Saúde avalia denúncias de que a servidora “passou na frente” de outros pacientes ao realizar exames de alta complexidade. Dentre os procedimentos, estão mamografias, ultrassom da tireoide e até mesmo uma punção aspirativa por agulha fina, realizados entre 2013 e 2017.
Em todas as apurações, os vereadores solicitaram à prefeitura a lista de pedidos de exames a serem realizados na época e a relação dos procedimentos feitos em pacientes do SUS naquele período. Entretanto, a administração municipal negou a divulgação das informações.
Diante disso, a atual comissão verificou uma possível irregularidade cometida tanto pela servidora, como pela prefeitura, e decidiu encaminhar a denúncia ao MPMG.
A reportagem tentou contato com a Secretaria de Comunicação da prefeitura para saber o motivo da recusa em divulgar os documentos solicitados pela Câmara Municipal, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.