A Câmara Municipal de Itajubá votou em regime de urgência, na sessão extraordinária desta quinta-feira (15), dois projetos de Lei de autoria do prefeito Christian Gonçalves (DEM) que solicitam empréstimo de R$ 3 milhões junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

O pedido aconteceu mesmo após o ex-prefeito Rodrigo Riera (MDB) ter anunciado, no fim do seu mandato, que deixou R$ 45 milhões em caixa, e a aprovação, em segundo turno, dos R$ 5 milhões que virão da indenização da mineradora Vale, em decorrência da tragédia de Brumadinho.

O primeiro empréstimo, no valor de R$ 1 milhão, seria para ampliação de iluminação pública com LED. Porém, o texto não especifica onde a iniciativa seria instalada.

O líder do prefeito na Câmara, Rodrigo Melo (Republicanos), afirmou que a iluminação será instalada no Parque Científico Tecnológico, que fica atrás da prefeitura, próximo ao Parque da Cidade e da Universidade Federal de Itajubá. Segundo o vereador, a urgência na votação se deu por conta do prazo final para solicitar o empréstimo junto ao banco, que termina hoje.

O segundo empréstimo, no valor de R$ 2 milhões, será destinado para a infraestrutura do Parque Científico e Tecnológico como calçadas, ciclovias, praças, sinalização, rede pluvial, iluminação pública e criação de pontos de ônibus.

Os projetos que tratam dos empréstimos junto ao BDMG foram aprovados por nove votos a um. O voto contrário foi da vereadora Andressa Dayane do Mandato Coletivo Nossa Voz (PT) segundo a parlamentar, não seria possível votar um projeto às pressas, sem saber com antecedência maiores detalhes técnicos e sem o devido diálogo. Andressa disse que pediu maiores informações no começo da semana, mas não obteve retorno da administração municipal.

“O Mandato Coletivo não é contra a geração de emprego e as empresas, mas acho que o projeto deveria ser avaliado com mais calma, pois envolve 3 milhões de reais. O projeto não traz todas as informações e só ficamos sabendo hoje pelo líder do prefeito que será usado no Parque Científico e Tecnológico. Existem erros no texto como taxa de juros incorretas, falta previsão de início de obras”, pontuou.

A vereadora mostrou preocupação com o futuro das obras. “Tudo nos leva a crer que a ideia é doar esses terrenos para empresas privadas no futuro, usando a infraestrutura com recursos públicos”, justifica.

Os vereadores Marcelo Krauss (Progressistas) e Pedro Gama (PV), mesmo votando favoráveis aos projetos, mostraram preocupação. Segundo Gama, por conta da importância do tema, dará um voto de confiança à prefeitura, mas fez ressalvas.

“Me gera preocupação, pois lembro do empréstimo das obras de asfaltamento de 35 milhões de reais, que tem gerado problemas. Pois não sabemos o critério de escolha das ruas, a qualidade do asfalto e o próprio parque poderia ter sido contemplado com o asfaltamento. Sobre esse empréstimo, verificamos que há possibilidade legal e é possível pelo orçamento do município”, diz.