O prefeito Christian Gonçalves (DEM) anunciou na última segunda-feira (10) que o retorno das aulas presenciais da Rede Municipal de Ensino está suspenso em Itajubá. A medida causou grande repercussão na cidade.
Segundo o prefeito, a alteração foi necessária para que as escolas recebam os alunos de forma adequada e a cidade aguardava a chegada de insumos para o retorno, como máscaras e aventais. Além disso, o transporte dos alunos com a paralisação parcial de linhas da Valônia e motoristas com comorbidades, também pesou na decisão.
Na sexta-feira (13) o secretário de educação da prefeitura de Itajubá, Peter Luiz Pereira Rennó, pediu exoneração do cargo após oito meses como responsável pela pasta. Dentre os motivos apontados por ele em uma entrevista a uma rádio local, estão divergências com a administração municipal.
Rennó disse que o prefeito queria retomar as atividades presenciais nas escolas no dia 23 de agosto, o que não seria possível. “É absolutamente inviável, se a gente for seguir os protocolos à risca”, afirmou.
O segundo motivo, segundo ele, trata da censura que a prefeitura tem imposto aos funcionários para a realização de entrevistas para a imprensa. Ele afirmou que o prefeito pediu para que ele não prestasse qualquer tipo de esclarecimento a algum veículo de imprensa que não fosse considerado “parceiro”.
“Ele disse: você não pode ir na rádio, porque ela não é nossa parceira, eles falam mal da gente. E eu me recuso a ser domado intelectualmente por quem quer que seja”, afirmou na entrevista.
Em meio a polêmica, a Câmara Municipal votará nesta segunda-feira (16), um requerimento do presidente do Legislativo, vereador Robson Vaz (PSDB) que exige explicações da prefeitura sobre os motivos que causaram o adiamento da volta às aulas presenciais em Itajubá.
Para o presidente da Câmara, o objetivo é compreender, de forma detalhada, os motivos que levaram ao adiamento da retomada das atividades presenciais nas escolas. Caso o requerimento seja aprovado, a prefeitura de Itajubá terá 30 dias para responder o requerimento.